Qualificar o mercado. De forma geral, tenho certeza que essa é minha função. Ao menos aqui em Caxias. Há muito tempo venho refletindo sobre essa questão, e quanto mais eu vivencio o mercado publicitário de Caxias, mais eu me convenço de que será dura essa missão, e que terei que desempenhar várias funções para atingir a meta. Meu diferencial hoje é a busca pela qualidade e inovação em peças, estratégias e campanhas (vide meu portfólio). O mercado por estas bandas está desqualificado. Tem uns 13 anos e está drogado e prostituído. Aqui se faz valer a lei da menor oferta. Eu tive a oportunidade de trabalhar em algumas das "grandes" agências de Caxias, e posso dar um feedback negativo de todas elas. O maior problema dos profissionais daqui é o auto-endeusamento, só que este não é justificável, porque ninguém fez bosta nenhuma que tenha sido de suma importância para o mundo publicitário. Isso só faz com que a situação toda piore. Já fui chutado de agências onde alegavam que eu estava inovando demais. Se as empresas daqui só querem feijão com a arroz, é porque não existem profissionais capacitados para oferecer mais do que isso. Ah, e rola muita inveja por aqui.
Há algum tempo venho montando uma biblioteca de referências com livros de todas as partes do mundo. Referências bibliográficas, audiovisuais, musicais, ações externas, mídia impressa. Eu devoro tudo isso e vejo o que pode ser aplicado na região. Depois disso sim, entro de cabeça em um conceito que possa ser inovador e em todo o processo criativo. A qualidade aqui não existe, e não é por nada que as grandes empresas buscam profissionais de fora da cidade. Eu já vivenciei o mercado fora daqui, e é como sair da bolha. As pessoas lá investem no novo, na qualidade, e o mais importante: reconhecem a importância deste trabalho. Não vou mudar o mundo e nem quero reconhecimento barato. Quero apenas qualificar o mercado. Premissa que deveria ser básica. Algo muito triste é que algumas agências daqui tem trabalhos do início dos anos 90 que bebiam na veia da inovação. Hoje isso se perdeu completamente, e a nova geração não demonstra reação. Claro que tão importante quanto a aplicabilidade de novas idéias, é a conscientização sobre a importância da propaganda. Acredito que a regulamentação da profissão seria um grande passo na busca pela qualificação, não só aqui, mas de forma geral.
*trabalho acadêmico escrito por Gustavo Cassina para a UC$.
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